SOBRE RAÍZES, SEMENTES E ESPERANÇA
SOBRE RAÍZES, SEMENTES E ESPERANÇA
set 06Nasci em 1970, quando o sertão do Ceará ardia uma das suas piores secas. A copa ganha, como para adoçar a boca dos que sofriam a ditadura vigente, não podia molhar o meu torrão. Sim, nossa sede era de água e de justiça. Sertanejo nunca foi besta, meu caro.
Decerto, sofremos os mandos e desmandos dos coronéis; acreditamos muitas vezes naqueles que prometiam o que Deus parecia esquecer, mas o sol que ardia, também alumiava e clarão não faltou para nos ensinar o Be-A-Bá da semente.
Ah, meus queridos, é preciso muitos impeachments para nos tirar a esperança. Ou melhor, é preciso muitos Golpes para nos cansar as mãos.
Temos as lições dos que morreram nos paus-de-arara; dos que pendiam de fome e de sede; da voz calada ao preço da morte; da língua mordida para não entregar companheiros; dos entes desaparecidos; da carniça do gado espalhada pelo vento. Vento que mistura os Brasis, que também nos trouxe o canto de Assaré na voz do Patativa, de Vandré e de tantos outros. Vento brejeiro, vento semeador.
Meu Brasil sertanejo, Brasil de norte a sul, de dimensões continentais. Sim, nosso Brasil pode aprender devagar, porque se ofusca facilmente com o brilho do espelho, sem perceber o seu ponto cego. Sim, pode. Porém, o brasileiro tem terreno próspero, como o meu sertão.
Assim, companheiros de esperança: não lamentemos se as aves de rapina teimam em fazer seus ninhos, não lamentemos mais se o broto foi arrancado a Golpes de covardia.
Reparemos no chão, observemos suas profundezas e então perceberemos que as raízes ficaram. Os tolos, que ora festejam, não as reconheceram…nem poderiam, pois não as plantaram.
Lutemos. Cuidemos das nossas raízes e cultivemos mais sementes.
Novamente elas germinarão…e crescerão e crescerão e crescerão…
Inevitavelmente!
Bravo . Bravíssimo . Bravíssima Magna imensa poeta mulher de fibra e de fé . Que alento . Que esperança !
Muito obrigada, amigo Domingos.
Vamos em frente!
Abraço!
Magna
Uma excelente reflexão Magna. Me senti mais forte, mas de maneira suave. Prossigamos com os pés firmes no chão, mas sem tirar os olhos do caminho!
É isso aí, Borboleta!
Nossa gente não há de fenecer, Magna. Sua crônica me lembrou Che: “Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas do nosso jardim; mas jamais poderão deter a primavera.” Sobreviveremos a este segundo golpe e haveremos de sair mais fortes. Enquanto isso, não calaremos.
Certamente, conterrâneo.
E obrigada pela partilha que me instigou a fazer germinar esta semente.
Abraço!
Magna
Cuidemos das nossas raízes!
Beijões!
Sim,cuidemos!
Beijão!
Magna